quinta-feira, 19 de junho de 2014

Istanbul - Sultanahmet

Quando for pra Istambul, você vai descobrir que a maioria das atrações está no bairro de Sultanahmet e, assim como eu, vai querer se hospedar na região. 
Foi o que eu fiz, mas só recomendo para quem vai ficar poucos dias na cidade. Eu fiquei 7 dias na região e me arrependi amargamente de ficar por lá todo esse tempo.
A pentelhação dos vendedores e preço abusivo de restaurantes e táxis na região me irritou depois de alguns dias. Durante a noite, não tem quase nada pra fazer e há poucas opções restaurantes com opções vegetarianas.

Mesquita Azul, no bairro de Sultanahmet
O lado bom de Sultanahmet é passar toda hora pela linda Mesquita Azul e ouvir as chamadas para oração. 

Me hospedei no Side Hotel & Pension, pertinho da Santa Sofia. Paguei 50 euros a diária e achei a pensão bem confortável e os funcionários super prestativos. No café da manhã, em todos hotéis da Turquia você certamente vai encontrar pão, geléia, azeitonas, pepino e tomate.

Café da Manhã do Side Hotel
Em Sultanahmet não existe nenhum restaurante inteiramente vegetariano/vegano, mas há sim opções vegetarianas adaptáveis na maioria dos lugares.
Um dos restaurantes mais frequentados pelos turistas é o Cafe Mersale, que tem show gratuito de um dervixe rodopiante e é super bem localizado, no Bazar Arasta, perto da Santa Sofia e Mesquita Azul.


O cardápio possui alguns itens vegetarianos como homus e legumes grelhados. Conversei com garçom que disse que podia adaptar qualquer prato que eu quisesse. Confesso que não fui jantar nesse lugar pois achei os preços muito abusivos e fiquei assistindo o dervixe do lado de fora! :)

Nos dias que não quiser ir em restaurante, não se preocupe! Em Istambul existem vários lugares vendendo Kumpir, que nada mais é que batata assada em que você escolhe os recheios.

Kumpir = Batata Assada
Várias opções veganas de recheio
Um restaurante que achei através de indicação do Happy Cow na região foi o Omar Cafe, listado como Vegan Friendly. Fui lá conferir e há opções de entradas que podem se tornar veganas, mas todos os pratos são frios.
Pedi um mix de legumes recheados com arroz. Era bom, mas se fosse quente, seria melhor...



Além das opções que listei acima e as comidinhas de rua que postei anteriormente, você sempre vai encontrar restaurantes com cardápio com seção vegetariana, basta conversar com garçom e questionar como o alimento é preparado, já que é comum o cozimento de vegetais junto com a carne na culinária turca, além do uso de manteiga clarificada ou gordura de ovelha (argth!) para refogar os vegetais.

quarta-feira, 4 de junho de 2014

Istambul - Bazar de Especiarias

O Bazar de Especiarias ou Bazar Egípcio, é um mercado que vende frutas secas, temperos, chás, doces turcos, souveniers. Lá tem de tudo! Amei ver as tâmaras, figos e damascos gigantes, sentir o cheiro de especiarias, experimentar doces. Uma experiencia muito divertida e ainda melhor pois os vendedores não são tão insistentes como no Grand Bazar.

Frutas Secas e a melhor tâmara que comi na vida!

Temperos diversos

A maioria das lojas de lá vende de tudo no mesmo lugar: chás, temperos, doces, cerâmicas, artigos pra banho, ou seja, vendem de tudo e não são especialistas em nada. As melhores lojas que achei foram as que vendiam só alimentos ou só outros artigos.
Recomendo muito a Malatya Pazari, (lojas 40 e 44), onde comprei todos os meus temperos e frutas. 
Entrei em todas as lojas e achei que a qualidade deles era superior e muita gente compra lá, ou seja, os alimentos estão sempre frescos. O preço é praticamente o mesmo em todo o bazar.

Paraíso das Castanhas

Doces

A loja 44 é só de doces turcos (a maioria vegano)

Damascos
Os vendedores de todo o bazar falam inglês, então é bem fácil fazer compras por lá. Também tem o esquema de pechinchar os itens não alimentícios, mas é bem mais tranquilo do que no Grand Bazar.

Não esqueça de pedir para embalarem a vácuo os alimentos para garantir a conservação na viagem. 

Pacotes devidamente selados!

Na loja de doces, tive que perguntar os ingredientes de tudo para saber quais eram veganos. O vendedor ficou curioso para saber porque queria esse tipo de informação e respondi que não comia nada de origem animal. O vendedor parou tudo que estava fazendo e começou a me questionar o motivo dessa escolha. Disse que respeito os animais e que eles não merecem ser explorados. O vendedor ficou com cara de indignação e me disse que Alá fez os animais para isso!
Falei apenas que não concordava e encerrei o assunto. É muito difícil discutir sobre animais com alguém que tenha crença islâmica.

Apesar disso, o vendedor foi super educado e me informou todos doces que continham mel ou leite, Pra minha sorte, a grande maioria é vegano.
Saí do bazar sem fome de tanto que experimentei castanhas, frutas secas e doces, por isso, optei por um almoço mais leve e fui experimentar o famoso çiğ köfte, prato típico da Turquia.

O çiğ köfte é, originamente, feito com carne crua. çiğ significa cru e köfte significa almondega. É um alimento bem popular na região e vendido em todos os lugares, inclusive em barraquinhas na rua. Pelo que eu li, a carne crua exposta por muito tempo em ambientes abertos, sem refrigeração causou muitos problemas e, por isso, aboliram a carne e a maioria dos lugares vende a versão vegetariana, feita com trigo bulgur e temperos.
Mas sempre pergunte antes de comprar!

Saindo o bazar de especiarias pela porta da loja 85, siga reto por uns 150m para encontrar o çiğ köftem.


É um lugar pequeno, limpo e vendedores super atenciosos. Contei que nunca tinha provado e eles me ofereceram um pouco dessa massa de trigo enrolada em alface para experimentar antes de comprar o wrap. Achei bem saboroso e pedi o wrap, que vem com a massa do bulgur e temperos, alface, bastante salsinha, suco de limão e pimenta. Achei bem apimentado, mas é gostoso. É bem diferente e vale a pena experimentar. 





sexta-feira, 23 de maio de 2014

Istambul - Grand Bazaar

Antes de viajar a Turquia, pesquisei muito se haviam riscos para uma mulher andar sozinha pelo país. Em todos os relatos as mulheres diziam que as cidades turísticas são bem seguras, porém há abordagem de muitos homens e bastava ignorar que não havia  perigo.

Quando cheguei a Istambul, o primeiro lugar que escolhi para visitar foi o Grand Bazar. Além de adorar compras e sempre ter visto fotos lindas e super coloridas do lugar, precisava trocar dinheiro e li a dica que lá é o melhor local para troca de dólares ou euros.

Saí de Sultanahmet, ao lado da Mesquita Azul e fui a pé para o bazar. Logo no caminho, já comecei a ser abordada por vendedores de tours pelo Bósforo e guias de viagem. Incrível como eles já descobriam que eu era brasileira e começavam a puxar papo. Respondia que não estava interessada em guias ou tours, mas eles continuavam andando do meu lado, dizendo que queriam conversar. Não me senti ameaçada pois as ruas eram sempre bem movimentadas e com alguns policiais pelo caminho. Alguns desses vendedores me acompanhavam por alguns metros, convidavam para jantar, mas ao recusar, eles se afastavam.

Lamparinas do Grand Bazar

Chegando ao Grand Bazaar, andei procurando uma casa de câmbio e achei várias. Realmente a taxa é bem melhor do que em Sultanahmet e vale a pena trocar o dinheiro lá.
Aproveitei para visitar a Abdulla, uma loja de produtos para banho naturais e comprar um sabonete de azeite de oliva. O vendedor me informou que os ingredientes eram todos naturais, sem produtos de origem animal e os testes dos produtos era realizado em voluntários.

Sabonetes de Azeite de Oliva
Também procurei por luva esfoliante de banho e encontrei luvas de pêlo de cabra! Portanto, atenção e sempre ler os materiais. Há muitos produtos com insumos animais nessas lojas de banho, mas também existe muita coisa de puro algodão e muita coisa vegana.


Toalhas 100% algodão

Luvas de esfoliação de pêlo de cabra
Saindo da loja, o vendedor me seguiu, querendo marcar um encontro! E foi assim durante todo o meu passeio ao local, cheguei a ficar bem irritada com a insistência de alguns homens e não respondia mais ninguém.

As lojas do Grand Bazaar não tem preço nos produtos, você precisa perguntar o preço e negociar. Li em guias de viagem que você deve pedir 50% do valor solicitado e ir negociando com o vendedor até chegar a 70% do valor.
Eu achei isso bem chato e cansativo. Eu vi um pote para doces e fiquei interessada, mas não tinha a menor noção de preço. Perguntei ao vendedor e ele me deu o preço de 250 liras turcas! Fiquei até assustada, mas realmente não tinha nenhum parâmetro para saber o valor real.

Pote de doces com preço inicial de 250 liras
Como só estava no primeiro dia, agradeci o vendedor e disse que ainda estava pesquisando preços. Aí ele já baixou para 200 liras e me convidou a entrar na loja para falar da qualidade do produto dele.
Eu entrei na loja para ver no que ia dar. Resultado, 15 minutos na loja e ele baixando o preço pra 180, 150, 100 liras... Achei melhor não comprar e pesquisar mais, em lojas fora do Grand Bazaar. Fui embora com o vendedor oferecendo o pote por 80 liras turcas!

Mas o esquema do bazar é esse mesmo. Pergunte o preço e sugira um valor menor. 
Quando não aceitavam, dizia que ia levar mais unidades, aí normalmente conseguia um bom desconto. 
Se não derem desconto, procure outra loja. Todas as lojas vendem basicamente as mesmas coisas.





E o produto mais famoso da Turquia deve ser o Olho Turco ou Evil Eye, que segundo a lenda, protege contra a inveja. É um presente legal e barato para dar para os amigos.
Achei os olhos turcos no bazar por 1 lira cada. Pedi desconto caso comprasse 10 ou 20 unidades, mas nada feito. Procurei em outras lojas e cheguei a achar o olho turco pequeno por 1,50! Acabei comprando 11 unidades por 10 liras e foi o melhor preço que achei.

Depois, saindo do Grand Bazaar, sentido Bazar de Especiarias, encontrei uma lojinha bem pequena, na rua Paşa Camii com milhares de modelos de olhos turcos, chaveiros, enfeites, com preço muito melhor!
Um evil eye um pouco maior do que tinha acabado de comprar estava 0,50 centavos!
Comprei vários itens nessa loja e o vendedor ainda me deu brinde! Vale muito a pena passear nessas ruas entre o Grand Bazzar e Bazar de Especiarias. É tudo bem mais barato e sem vendedores chatos.


Lojinha paraíso do olho turco


E em uma dessas ruas, acabei comprando meu desejado pote de doces por 30 liras. Luvas de esfoliação que no Grand Bazaar estava 6 liras, encontrei por 4.

Vale a pena visitar bazar para tirar fotos, conhecer o lugar, trocar dinheiro nas casas de câmbio, mas achei que a insistência dos vendedores convidando para entrar nas lojas é bem incômodo. Talvez eu tenha sofrido mais por estar sozinha e fiquei traumatizada.
Depois do primeiro dia, voltei ao Grand Bazaar apenas para trocar dinheiro e ia andando super rápido, de cabeça baixa, sem nem olhar pros lados para evitar vendedores importunos.
Só comprei lamparinas no Grand Bazaar. Todas as minhas outras compras foram nas ruas ao redor.


segunda-feira, 19 de maio de 2014

Turquia

Acredito que é possível viajar pra qualquer lugar do mundo e manter uma alimentação vegana. Sempre haverá frutas e vegetais disponíveis e, possivelmente castanhas ou algum tipo de pão sem ingredientes animais à venda.
Quando decidi ir para a Turquia, li no guia Lonely Planet que vegetarianismo não é comum no país e veganismo é considerado um comportamento aberrante, por isso, já fui preparada pensando que iria viver a base de frutas por 15 dias.

No guia Happy Cow, as poucas opções de restaurantes vegetarianos em Istambul estavam fechados e, na Capadócia e em Fethiye, meus outros destinos na Turquia, não tinham restaurantes listados! Realmente, o cenário não parecia animador. Anotei o endereço de alguns restaurantes que eram vegan-friendly que ainda constavam como abertos e parti para mais um destino.

Santa Sofia, em Istambul
Cheguei em Istambul e fiquei hospedada em Sultanahmet, a região mais turística da cidade, onde fica a Mesquita Azul, Santa Sofia e Palácio Topkapi.
Para minha alegria, já me deparei com um monte de coisa gostosa vendida perto dos pontos turísticos.
Castanhas Portuguesas
Milho Assado

Ameixa

Melancia
Espetinhos de abacaxi

Suco de Romã

Simit, um pão vegano coberto de gergelim

Fiquei super animada com as comidinhas de rua veganas. A barraquinha de rua mais comum é do simit, um pão em formato de rosquinha, vendido em todos os lugares. A massa do pão não leva leite ou ovos, no entanto, algumas barracas usam ovos para que o gergelim grude na massa. Quando o ovo é usado, dá pra perceber pela cor amarelada em cima.
Esse pão custa 1 lira turca, equivalente a R$1,10, aproximadamente.
Achei o simit bem pesado e sem gosto, mas me quebrou o galho várias vezes durante a viagem.

O item mais estranho que comi na rua foi a ameixa verde, que deve ser comida com sal e achei bem ruim.
E destaque para o suco de romã, extraído na hora, que é uma delicia!

Muitos outros alimentos são vendidos na rua, como pirulitos feitos na hora, sorvetes e chás, mas todos esses com ingredientes animais. De qualquer modo,  há muitas opções e garanto que nenhum vegano morre de fome em Istambul!

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Barcelona

Fiz uma passagem rápida por Barcelona em 2012, visitando os principais pontos turísticos em apenas 2 dias.
Como fiz tudo na correria, não visitei muitos restaurantes para listar aqui no blog, mas conheci o mercadão de Barcelona, o La Boqueria, que amei e vale a pena dar a dica.


Templo da Sagrada Família de Gaudí

Me hospedei em um hotel que era travessa da Las Ramblas, que é um calçadão cheio de lojas e restaurantes e é onde fica o mercadão, lugar que eu me abastecia de frutas e castanhas antes de começar meus tours pela cidade.


Entrada do Mercado, na Rambla, 91


Castanhas, frutas secas e docinhos


Barraquinha de Sucos









Como todo mercado, há barracas de carnes, embutidos e derivados animais, mas elas ficam longes das frutas e sucos.
O mercado abre de segunda a sábado, das 08:00 as 20:30hrs.

Consegui me manter a viagem toda na base das frutas e sucos, mas caso queira dicas de restaurantes, visite o site HappyCow ou esse blog em inglês, com ótimas dicas de Barcelona:  http://keepinitkind.com/travel-dining/barcelona-travel.

terça-feira, 1 de abril de 2014

Gêiser del Tatio

Quando planejei minha viagem ao Atacama, o meu passeio mais desejado era ao do Gêiser del Tatio. Sempre sonhei em ver um gêiser ao vivo e não me importei em acordar as 4 da madrugada para pegar o ônibus as 04:30hrs em frente ao hotel.

Já tinha lido que o frio é intenso na região dos gêiseres e fui com 3 calças, 5 blusas, 2 luvas, 2 meias e bota achando que isso seria suficiente...


Gêiser del Tatio
Cheguei ao local por volta das 06 horas. Saindo do ônibus senti frio, mas achei suportável. Ledo engado! Depois de 5 minutos andando entre os gêiseres, comecei a sentir um frio absurdo, que chegava a doer! O guia informou que a temperatura era de -12 graus!

Não consegui curtir, nem tirar mais fotos, o frio estava demais pra mim. A mão e o pé congelavam e eu só torcia pro tour acabar o mais rápido possível pra eu voltar pra van.

O motorista, percebendo meu sofrimento, foi buscar a van e eu e mais algumas pessoas entraram pois não aguentavam o frio intenso.

Depois de aquecer mão e pés, saí da van e voltei para o campo de tortura. Achei uma pedra quentinha para aquecer os pés, o que tornou a permanência por lá suportável


A água fervendo aquece a pedra, que foi minha salvação!



Piscina natural do gêiser
Quando o sol começa a nascer, a temperatura vai aumentando e tudo fica mais fácil. No fim, o guia serve café e chá para amenizar o frio.
Gêiser após nascer do sol
 Na volta para hotel, tivemos a sorte de avistar um grupo de vicunhas!




O passeio ao Gêiser é feito na parte da manhã e, ao meio dia, já estava na cidade novamente. Aproveitei para passear e conhecer um trailer de azeites e comidinhas naturais em geral. Comprei um azeite sensacional e um xarope de alfarroba, produzido na região.






Pães, sementes, quinua, xaropes e azeites. Tudo muito bom!

A noite, despedida do restaurante Estrella Negra com um hambúrguer de soja acompanhado de batatas.
Vi que tinham bolos nesse dia e uma funcionária me afirmou que um dos bolos era vegano. Comi e fiquei desconfiada, fui perguntar na cozinha e recebi informação que o bolo tinha leite! :-(
Quando for, questione o pessoal da cozinha, é mais garantido.


Bolos - Pergunte para saber se contém leite ou ovos


Hambúrguer de Soja com batatas